AS EXÉQUIAS REAIS: A CERIMÓNIA DA “QUEBRA DOS ESCUDOS”
A cerimónia da “Quebra dos Escudos”, realizada por ocasião do falecimento dos monarcas, celebrou-se em Portugal desde o reinado de D. João I até ao falecimento de D. Pedro V, em 1861. Consistia o evento num cortejo processional civil, liderado pelo senado camarário, com paragens em determinados locais da malha urbana, singularizados pela sua importância simbólica, onde se procedia à quebra ritual de 3 escudos de madeira decorados com as armas reais. João Baptista Castro, no seu Mappa de Portugal Antigo e Moderno , faz-nos uma breve descrição do cerimonial: “(…) tanto que falecia algum dos Reys Portuguezes, se despachavaõ logo Correyos para as Comarcas do Reino, com a qual noticia se levantavaõ nas Cathedraes, e Paroquias túmulos de madeira cubertos de lutos para se fazerem os Officios, e funeraes, dobrando ao mesmo tempo os sinos. Depois sahia em dia determinado da Casa do Senado a comitiva seguinte: A principal pessoa hia a cavallo vestida de luto, e levava huma bandeira negra...