O RETORNO
Os avós dos mais idosos ainda se iluminaram com a candeia de azeite. Era assim nas vilas e aldeias cujo viver pouco se alterara ao longo de séculos. Depois veio o petróleo. Iluminação pública não existia, a não ser nas cidades: Lisboa, a capital, conheceu-a no período pombalino, ditada por razões de segurança. Com o surgimento dessa maravilha da ciência e da técnica, a electricidade, vulgarizou-se a iluminação pública, que começou por contemplar as cidades e as vilas. Depois, paulatinamente, foi-se alargando às aldeias mais populosas. Digo electrificação pública, dos espaços públicos, não dos espaços domésticos. Durante muitos anos tremeluziu a lâmpada eléctrica, de fraca luminosidade, alumiando a rua, mas na casa justamente junto ao poste de luz que a iluminava exteriormente continuava a usar-se o candeeiro a petróleo. E o mesmo poderia suceder em todas as casas de uma rua. A baixada e a instalação da energia eléctrica no espaço doméstico comportava um orçamento fora dos limites d...